sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Evangelho - Mt 14,22-33 - Domingo 4 de agosto de 2011
Depois da multiplicação dos pães,22Jesus mandou que os discípulos entrassem na barcae seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar,enquanto ele despediria as multidões.23Depois de despedi-las,Jesus subiu ao monte, para orar a sós.A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho.24A barca, porém, já longe da terra,era agitada pelas ondas,pois o vento era contrário.25Pelas três horas da manhã,Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar.26Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar,ficaram apavorados, e disseram:'É um fantasma'.E gritaram de medo.27Jesus, porém, logo lhes disse:'Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!'28Então Pedro lhe disse:'Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro,caminhando sobre a água.'29E Jesus respondeu: 'Vem!'Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água,em direção a Jesus.30Mas, quando sentiu o vento, ficou com medoe começando a afundar, gritou: 'Senhor, salva-me!'31Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse:'Homem fraco na fé, por que duvidaste?'32Assim que subiram no barco, o vento se acalmou.33Os que estavam no barco,prostraram-se diante dele, dizendo:'Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!'Palavra da Salvação.

Comentário
Essa é a primeira vez que Pedro aparece no Evangelho de São Mateus como protagonista de um relato. Mateus quer resaltar a fragilidade da fé de Pedro. Aqui Pedro se debate entre a confiança em Jesus e o medo.


Esse BARCO é a COMUNIDADE CRISTÃ:   
A "noite" representa as trevas, a escuridão, a confusão, a insegurança
em que tantas vezes "navegam" através da história os discípulos de Jesus,
sem saberem exatamente que caminhos percorrer nem para onde ir…
As "ondas" representam a hostilidade do mundo,
que bate continuamente contra o barco em que viajam os discípulos…
Os "ventos contrários" representam as resistências ao projeto de Jesus.
Os discípulos de Jesus se sentem perdidos, sozinhos, abandonados, desanimados,
 desiludidos, incapazes de enfrentar as tempestades que as forças da morte e da opressão
(o "mar") lançam contra eles…
É precisamente aí, que Jesus manifesta a sua presença.
Ele vai ao encontro dos discípulos "caminhando sobre o mar".

O episódio reflete a fragilidade da fé dos discípulos, quando tiveram
de enfrentar as forças adversas, sem a presença de Jesus na barca.
Os discípulos seguem a Jesus de forma decidida, mas se deixam abalar
quando chegam as perseguições, os sofrimentos, as dificuldades…
Então, começam a afundar e a ser submergidos pelo "mar" da morte,
da frustração, do desânimo, da desilusão…
No entanto, Jesus lá está para lhes estender a mão e para os sustentar.
Finalmente, a desconfiança dos discípulos transforma-se em fé firme:
"Tu és verdadeiramente o Filho de Deus".

Esse texto é uma CATEQUESE sobre a caminhada da Comunidade de Jesus,
 enviada à "outra margem", para convidar todos para o banquete do Reino
e a oferecer-lhes o alimento com que Deus mata a fome
de vida e de felicidade dos seus filhos.
- A caminhada não é um caminho fácil.
A comunidade (o "barco") dos discípulos deve abrir caminho
através de um mar de dificuldades, pela hostilidade dos adversários do Reino
e pela recusa do mundo em acolher os projetos de Jesus.
- Os discípulos devem estar conscientes da presença de Jesus.
O "fantasma" do MEDO desvanece e as crises de fé são superadas,
quando aceitamos a presença de Deus em nossa vida pessoal e comunitária.
Ele continua a garantir: "Coragem! Sou Eu. Não tenhais medo".


A Vocação Sacerdotal

  No mês de agosto, em todas as comunidades, há um grande envolvimento das pessoas em torna da vocação. As famílias rezam, celebram e fazem muitas atividades lembrando a vocação: sacerdotal, religiosa e leiga.
O primeiro domingo do mês de agosto é dedicado ao sacerdote. Por isso, em breves considerações, partilho uma reflexão sacerdotal.
Todos os batizados participam do sacerdócio de Jesus Cristo. O padre, escolhido do meio dos fiéis para oferecer o Sacrifício e perdoar os pecados, participa de modo muito especial exercendo o seu ofício sacerdotal em favor dos homens. Quando entrei para o Seminário em 1971, não sabia o que isso significava. Eu tinha claro em minha mente os freis Capuchinhos que visitavam a casa dos meus pais. O jeito simples, humilde e cativante deles me impulsionou a deixar tudo e ir para o Seminário.
Os anos passaram e eu comecei a entender que aqueles Freis, alguns sacerdotes, me deram a primeira força e que o testemunho deles foi fundamental para o despertar, mas que era necessário fazer a opção dentro do meu coração. Aos poucos fui percebendo que o padre era um homem normal, como os demais, mas que era diferente em tantas coisas que até hoje eu não sei explicar. Durante os vários anos de formação no Seminário procurei estas coisas diferentes e por fim conclui que o diferente estava dentro da pessoa do padre.
Quando fui ordenado sacerdote no ano de 1984 em minha cidade natal, São Domingos –SC, jamais imaginei que tantas pessoas viriam ao padre para pedir um conselho, se confessar, pedir uma bênção e contar suas histórias, por vezes, de dor, sofrimentos, amarguras, tristezas. Aos poucos fui percebendo que a vocação sacerdotal é uma grande graça, uma dádiva de Deus para homens frágeis e pecadores. Percebi também que o alimento indispensável do Presbítero é a Palavra de Deus, o Evangelho. Para pregar o Evangelho é preciso conhecê-lo. Paulo diz que “A fé nasce da pregação; e da pregação a Palavra de Cristo é instrumento (Rm 10,17).
Percebi, com o passar dos anos, que muitas pessoas levam muito em consideração as palavras ditas por um sacerdote. E as mesmas consideram que o sacerdote age como Ministro Consagrado do Mestre Jesus. Pelo Batismo introduz o homem no Povo de Deus; pelo Sacramento da Penitência  reconcilia os pecadores com Deus e com a Igreja. É por isso que o sacerdote é outro Cristo. Recebe Dele grande graça. Apesar de suas fraquezas e pecados, Cristo o escolheu para construir e edificar a sua Igreja. Só o amor de Deus poderia colocar no coração humano tantos benéficos.
A vocação sacerdotal será sempre um mistério. Constantemente me pergunto: Por que Ele me chamou, quando poderia ter chamado tantos outros? Certamente Deus tem suas razões de “usar” homens limitados para semear seus ensinamentos. O que mais me anima é que Ele não dá a missão sem dar as condições para desempenhar esta missão.
Deus amou tanto o mundo a ponto de entregar por ele o Seu Filho Unigênito. Pois é neste mundo, carregado de fraquezas, mas também dotado de muitos recursos que ele continua a chamar sacerdotes para apascentar o rebanho, guiar os perdidos, confortar os aflitos, perdoar os pecadores, curar os doentes e confortar os corações. Ser sacerdote é ser o pastor que acolhe as ovelhas... 
Sou feliz por ser sacerdote. Agradeço ao Pai por esse dom maravilho. A todos os sacerdotes do mundo parabéns pelo seu dia e força na caminhada para servir o povo de Deus.
Abraços, paz e bem!
Frei Luizinho Marafon


 

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