Evangelho Mt 21,33-43
Naquele tempo disse Jesus aos sacerdotes e aos anciãos do povo:33 “Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, cavou nela um lagar para pisar as uvas e construiu uma torre de guarda. Ele a alugou a uns agricultores e viajou para o estrangeiro. 34 Quando chegou o tempo da colheita, ele mandou os seus servos aos agricultores para receber seus frutos. 35 Os agricultores, porém, agarraram os servos, espancaram a um, mataram a outro, e a outro apedrejaram. 36 Ele ainda mandou outros ser-vos, em maior número que os primeiros. Mas eles os trataram do mesmo modo. 37 Por fim, enviou-lhes o próprio filho, pensando: ‘A meu filho respeitarão’. 38 Os agricultores, porém, ao verem o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro. Vamos matá-lo e tomemos posse de sua herança!’ 39 Então agarraram-no, lançaram-no fora da vinha e o mataram. 40 Pois bem, quando o
dono da vinha voltar, que fará com esses agricultores?” 41 Eles responderam: “Dará triste fim a esses criminosos e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo”. 42 Então, Jesus lhes disse: “Nunca lestes nas Escrituras: ‘A pedra que os construtores rejeitaram, esta é que se tornou a pedra angular. Isto foi feito pelo Senhor, e é admirável aos nossos olhos’? 43 Por isso vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e entregue a um povo que produza frutos.
Palavra da Salvação.
VIGÉSIMO SÉTIMO DOMINGO COMUM (02.10.11)
Comentário
“O Reino de Deus será entregue a uma nação que produzirá seus frutos”
A parábola de hoje é a segunda em uma série de três, referentes ao julgamento final de Deus sobre o seu povo (antes houve a parábola dos dois irmãos e virá ainda a da festa de casamento). Com certeza, a redação atual é resultado de uma longa história de transmissão oral e redação. Na boca de Jesus, a história visava a sorte da vinha (v. 41); a tradição pré-sinótica concentrou a atenção na sorte do Filho, acrescentando a citação de Sl 118 e as alusões às Escrituras (vv. 42-44); finalmente, Mateus deixa claro que o advento do novo povo (v. 41) está ligado ao destino d’Aquele que fala e que deve ser condenado e morto, para depois ressuscitar (cf. notas da Bíblia TEB).
Na sua forma atual, a parábola é uma alegoria da História da Salvação. “Os mensageiros” são os profetas, que foram matados pelo povo de Israel, culminando com Jesus, como o Filho. “O Reino” provavelmente se refere à promessa da bênção em plenitude, dos últimos tempos. “O Povo” se refere à Igreja - no caso de Mateus composta principalmente de judeu-cristãos, mas também de pagãos ou gentios convertidos, que juntos formam o Novo Povo de Deus, o verdadeiro Israel. Essa conclusão de v. 43 é a principal contribuição de Mateus à interpretação da parábola, e é mais suave do que a própria parábola, pois os maus vinhateiros não serão destruídos, mas perderão a promessa.
Como o Evangelho de Mateus foi escrito em um contexto de polêmica entre a sua comunidade e o judaísmo formativo do fim do primeiro século, queria ensinar para a sua comunidade que a promessa antiga feita ao Povo de Deus foi retirada das autoridades farisaicas e das suas comunidades e dada à comunidade da Igreja. Mas, isso não dava às comunidades motivo para comodismo. Como o povo original perdeu a promessa porque “não deu fruto”, também a Igreja não a possui de modo incondicional. Também as comunidades cristãs têm que “dar fruto” de justiça, fraternidade, solidariedade, e partilha. A História da Salvação nos mostra que Deus não se deixa manipular, nem permite que qualquer comunidade ou religião se torne “dona” d’Ele, mas que o seu verdadeiro povo é aquele que se dedica à construção dos valores do Reino de Deus. O texto convida a um sério exame e revisão das nossas práticas e estruturas, para que as nossas Igrejas cristãs não cheguem a merecer o destino dos vinhateiros, que, por não terem correspondido com a Aliança, viram a promessa retirada deles e dada a um outro povo “que produzirá os seus frutos” (v. 43).
Na sua forma atual, a parábola é uma alegoria da História da Salvação. “Os mensageiros” são os profetas, que foram matados pelo povo de Israel, culminando com Jesus, como o Filho. “O Reino” provavelmente se refere à promessa da bênção em plenitude, dos últimos tempos. “O Povo” se refere à Igreja - no caso de Mateus composta principalmente de judeu-cristãos, mas também de pagãos ou gentios convertidos, que juntos formam o Novo Povo de Deus, o verdadeiro Israel. Essa conclusão de v. 43 é a principal contribuição de Mateus à interpretação da parábola, e é mais suave do que a própria parábola, pois os maus vinhateiros não serão destruídos, mas perderão a promessa.
Como o Evangelho de Mateus foi escrito em um contexto de polêmica entre a sua comunidade e o judaísmo formativo do fim do primeiro século, queria ensinar para a sua comunidade que a promessa antiga feita ao Povo de Deus foi retirada das autoridades farisaicas e das suas comunidades e dada à comunidade da Igreja. Mas, isso não dava às comunidades motivo para comodismo. Como o povo original perdeu a promessa porque “não deu fruto”, também a Igreja não a possui de modo incondicional. Também as comunidades cristãs têm que “dar fruto” de justiça, fraternidade, solidariedade, e partilha. A História da Salvação nos mostra que Deus não se deixa manipular, nem permite que qualquer comunidade ou religião se torne “dona” d’Ele, mas que o seu verdadeiro povo é aquele que se dedica à construção dos valores do Reino de Deus. O texto convida a um sério exame e revisão das nossas práticas e estruturas, para que as nossas Igrejas cristãs não cheguem a merecer o destino dos vinhateiros, que, por não terem correspondido com a Aliança, viram a promessa retirada deles e dada a um outro povo “que produzirá os seus frutos” (v. 43).
Para refletir
Como recebemos a proposta de Deus? Acolhemos a todos os irmãos? Retribuímos o bem com o bem?
Abraços.
Frei Luizinho Marafon