MINHA TERRA NATAL É SÃO DOMINGOS - SC
FIORELA PALMIRA MINHA MÃE
Dizem que todos os dias deve-se comer vibras para ajudar o metabolismo do organismo. Afirmam ainda que você deve comer uma banana para manter o potássio, uma laranja pela vitamina C, tomar bastante água, fazer muito exercício físico para manter a saúde perfeita, além de dormir oito horas.
Verdade, dizem tantas coisas que nos ajudam a bem viver. Mas a coisa melhor poucos dizem. Assim em posso dizer coisas que eu vivi e senti.
Nasci em São Domingos, SC, que terra especial, povo bom, hospitaleiro, gentil, solidário. Minha família era assim faceira, simples e acolhedora. Cresci num ambiente bem especial e com marcas fortes de minha mãe. Ah, meu pai narrou que o dia que eu nasci ele deu um tiro de espingarda depois que a parteira gritou da janela do quarto: nasceu um menino “seu Marafon”.
Cresci saudável e cheio de vida, cercado de carinho, afeto no seio da família. Fui fotografado pela primeira vez aos seis meses de idade. Meus pais moravam no sítio e foram especialmente para a cidade para fazer a foto do menino. Convivi pouco com minha família porque aos 12 anos fui para o Seminário. Eu queria mesmo era estudar e no interior não tinha oportunidade. Mas os anos que convive com os meus foram especiais. E sempre voltava para casa nas férias para matar a saudade.
Minha mãe era fantástica. Ela tinha um diário da sua juventude, bons tempos dizia, mas passaram. Ela narrava muitas histórias de lutas, dores, alegrias, sofrimentos. Mas nunca desanimou. Sempre com semblante sereno, olhar altivo e de bem com a vida.
Um dia chovia muito, estávamos tomando um chimarrão, ela contou-me que no dia em que nasci a senhora Gasparina, parteira, comentou: “este será um padre ou um general” Aquelas palavras não saíram mais da minha mente. Em seguida contou a história da minha primeira foto. Tomou-me braços e foi para a cidade fazer a foto. Num improviso que só as mães sabem fazer colou-se sobre um pequeno cobertor, no chão e me deixou sem roupa para ficar mais lindo.
Cresci e fui conhecendo as virtudes de mãe. Hoje sei que não somente as vitaminas, a água, o potássio geram vida e saúde; o carinho, a ternura, a doçura de mãe são essenciais para viver de bem com a vida.
Fiorela Palmira era minha mãe. Partiu para a eternidade no ano de 1992 num acidente de transito na cidade de Curitiba. Ela me nutriu com a vitamina essencial: a vitamina do amor. Obrigado Fiorela!
Frei Luizinho Marafon
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