terça-feira, 20 de dezembro de 2011

DEUS SE FEZ GENTE...


São Francisco e o Presépio em Greccio
Alguns dias antes do Natal de 1223 Francisco chamou seu amigo João Velita e quis preparar um lugar para celebrar o Natal. Queria lembrar o Menino que nasceu em Belém, os apertos que passou e como foi posto num presépio, e ver como ficou em cima da palha entre o boi e burro. João, o amigo, escutou Francisco e preparou tudo como ele havia pedido. Aproximava-se o dia de Natal. De muitos lugares chegavam os irmãos. Homens e mulheres traziam tocha para iluminar a noite. Greccio tornou-se uma Nova Belém. A noite que Francisco fez o primeiro presépio estava linda. O bosque ressoava com vozes que ecoavam nos morros. Os Frades cantavam louvando o Senhor.
Ali ao redor do presépio foi celebrada a missa. Francisco atuou como diácono. Pregou sobre o amor do Menino-Deus para com a humanidade. Todos sentiram uma piedade e alegria natalina jamais experimentada até então.
A partir daquele dia, surgiu a tradição do presépio e o Natal de estilo franciscano: festa da alegria, da simplicidade.
Maria deu à luz ao Menino num lugar frio, rude e muito simples. Essa criança mudou os rumos e os destinos da história, dividindo-a entre um antes e um depois.  O amor sempre encontra lugar nos corações generosos, abertos, disponíveis e simples. É por causa do amor infinito de Deus e o Sim de Maia que hoje nós celebramos o NATAL. E o Natal sempre será celebrado, pois Deus jamais abandonará a humanidade.
Feliz Natal e um Ano Novo cheio de graça e esplendor!
Frei Luizinho Marafon



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011



Evangelho (Lucas 1,26-38)

Domingo, 18 de Dezembro de 2011
4º Domingo do Advento

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”
35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”
E o anjo retirou-se.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário

   “Alegra-te cheia de graça! O Senhor esta com você!” Maria é a imagem da Igreja. Encontramos em Maria nosso melhor modelo de espera pelo Salvador. Sua gravidez virginal simboliza nossa preparação para o Natal do Senhor. Mas a espera de Maria ainda ultrapassa a materialidade da gestação que ela realiza. .Maria é também sinal do Israel fiel que vê realizar em si todas as expectativas messiânicas e ainda sinal do povo futuro que aguarda a manifestação última do Senhor.
   Desta forma, o tempo do Advento reúne sua teologia e espiritualidade nesta imagem tão querida e próxima de todos nós. A Mãe do Senhor, por sua maternidade, nos dá, como porta aberta, o salvador do mundo. No Natal, não celebram os apenas o nascimento de Jesus, Deus que se fez humano, mas também nossa humanidade tocada pela divindade de Deus. Tudo isso possibilitado pelo sim de Maria, que é também nosso sim.
   O tempo se cumpriu: com a vinda de Cristo vivemos nos últimos momentos da história da humanidade, vendo realizar a força da semente do Evangelho enraizada no chão da nossa história, da mesma forma que a semente do Verbo se enraizou no seio da Virgem.
A última semana do Advento nos aproxima mais e mais do mistério do Natal. Já celebramos de algum modo a Encarnação do Verbo anunciada pelo anjo e guardada em segredo no ventre da jovem mãe.
   A Igreja também está grávida do Filho de Deus. Em seu seio ela traz o Cristo Palavra e Eucaristia. A Igreja gera agora para a eternidade os novos filhos para Deus, que à semelhança de Jesus buscam cumprir a vontade do Pai, anunciando o Reino e o amor de Deus.
   José e Maria são colaboradores de Deus. Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana, seu pai é divino.
O espírito do Natal nos oferece a oportunidade de dizer como Maria: “Eis-me aqui, Senhor, faça-se em mim segundo a vossa vontade”.

Frei Luizinho Marafon



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ADVENTO
O tempo do Advento tem uma duração de quatro semanas. Este ano, começou no domingo 25 de novembro, e se prolonga até à tarde do dia 24 de dezembro, em que começa propriamente o Tempo de Natal. Podemos distinguir dois períodos: no primeiro deles, que se estende desde o primeiro domingo do Advento até o dia 16 de dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico e nos é orientado à espera da vinda gloriosa de Cristo. A liturgia nos convida a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: sua vinda ao fim dos tempos, sua vinda agora, cada dia, e sua vinda há dois mil anos.
No segundo período, que abarca desde 17 até 24 de dezembro nos orienta mais diretamente à preparação do Natal. Estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. O Deus da vida esta chegando. Os evangelhos destes dias nos preparam diretamente para o nascimento de Jesus. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor se fizer presente no meio do seu povo, haverá chegado a Igreja à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.
Os Apóstolos e seus sucessores deixaram bem claro que mais importante do que se preocupar com qual dia e qual hora Jesus iria chegar era estar preparados para a chegada. A preparação é que importa, pois é melhor Ele nos encontrar preparados do que nos encontrar desprevenidos. Estar preparados é melhor do que estar preocupados em saber o dia e a hora de sua vinda, deixando de lado os nossos afazeres. É isso que significa permanecer firmes na fé e fortalecer o coração: viver como cristão sabendo que Jesus se aproxima a cada dia.

EVANGELHO (Marcos 1, 1-8)
Domingo, 4 de Dezembro de 2011
2º Domingo do Advento

1Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus.
2Está escrito no Livro do profeta Isaías: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. 3Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!’”
4Foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. 5Toda a região da Judeia e todos os moradores de Jerusalém iam ao seu encontro. Confessavam seus pecados e João os batizava no rio Jordão.
6João se vestia com uma pele de camelo e comia gafanhotos e mel do campo. 7E pregava, dizendo: “Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
Comentário
A conversão é nota predominante da predica de João Batista. Durante a segunda semana, a liturgia nos convida a refletir com a exortação do profeta João Batista: “Preparem o caminho, Jesus chega”. Qual poderia ser a melhor maneira de preparar esse caminho que busca a reconciliação com Deus? Na semana anterior nos reconciliamos com as pessoas que nos rodeiam; como seguinte passo, a Igreja nos convida a acudir ao Sacramento da Reconciliação (Confissão) que nos devolve a amizade com Deus que havíamos perdido pelo pecado. Acenderemos a segunda vela roxa da Coroa do Advento, como sinal do processo de conversão que estamos vivendo. Durante esta semana poderíamos buscar nas diferentes igrejas mais próximas, os horários de confissões disponíveis, para que no Natal, estejamos bem preparados interiormente, unindo-nos a Jesus e aos irmãos na Eucaristia.
Os primeiros cristãos identificaram João como o mensageiro anunciado pelo profeta Isaías e como Elias que, segundo a tradição judaica, anunciava a chegada do Messias. De acordo com essa interpretação, Jesus aparece como o Messias, e João como o precursor.
Há uma diferença entre o batismo de João Batista e o de Jesus: o de João era simplesmente um rito que expressava conversão; o de Jesus era selado pelo Espírito Santo e o fogo, duas imagens que os primeiros cristãos utilizavam pra descobrir a sua incorporação ativa à missão da Igreja.
Para refletir:
O tempo do Advento nos convoca à esperança. Cremos que Deus está presente na vida e na história humana. João Batista nos convoca à conversão. O motivo é preparar o caminho ao Senhor que está para chegar.  Como estamos preparando o caminho para a chegada de Nosso Senhor Jesus Cristo?
Frei Luizinho Marafon